Forum Historiae 
A Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial


Arquivo de sistematização de conteúdos


Mapa da Segunda Guerra Mundial:

Acesse aqui a animação desenvolvida pela BBC de Londres a fim de explicar a cartografia do desenvolvimento histórico da Segunda Guerra Mundial.


Bibliografia da aula:

Leitura obrigatória:

LUKACS, John. A última guerra europeia: Setembro 1939 – Dezembro 1941. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, pp. 362-422 (“As relações entre os Estados”)

Leitura complementar:

JUDT, Tony. Pós-Guerra: uma história da Europa desde 1945. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, pp. 114-142 (“O acordo impossível”)

KEEGAN, John. The Second World War. Nova Iorque: Penguin Books, 1989, pp. 588-595 (“The legacy of the Second World War”)

MANDEL, Ernest. O significado da Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 1989, pp. 9-101 (“Enquadramento histórico”)


Colaborações do docente sobre o tema:

ZAGNI, Rodrigo Medina. Identidades em guerra: imperialismo e cultura nas relações entre Estados Unidos e América Latina durante a Segunda Guerra Mundial (os casos de Brasil, Argentina e México). Curitiba: CRV, 2015, pp. 235-466.

Acesse aqui

ZAGNI, Rodrigo Medina; “As profundezas do intangível: relações entre o antissemitismo religioso e o antissemitismo “científico” na justificativa nazista para a Shoah”; in: BORELLI, Andrea; ZAGNI, Rodrigo Medina (Org.). Conflitos armados, massacres e genocídios: constituição e violações do direito à existência na era contemporânea. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.

Acesse aqui

ZAGNI, Rodrigo Medina; LOUREIRO, Heitor de Andrade Carvalho; “Artífices de conceitos: a invenção do conceito de genocídio e sua aplicação aos estudos históricosRevista Fórum de Ciências Criminais – RFCC. ISSN: 2319-0795; eISSN: 2448-055X.  Belo Horizonte, ano 6, n. 12, p. 149-176, jul./dez. 2019.

Acesse aqui

ZAGNI, Rodrigo Medina; “O anel de Sarah Hirsh: representações do Holocausto em ‘Incident at Vichy’”. Jus Humanum – Revista de Ciências Jurídicas e Sociais da Univ. Cruzeiro do Sul. ISSN: 2238-2143. São Paulo, Vol. 1, n° 3, Jan./Jun. 2014.

Acesse aqui

ZAGNI, Rodrigo Medina; “Armas e jogos: A política dos Estados Unidos para o comércio interamericano de armas no início da Segunda Guerra Mundial”. Revista Eletrônica da ANPHLAC. ISSN: 1679-1061. V.7, Jul. 2008.

Acesse aqui

ZAGNI, Rodrigo Medina; “Imagens projetadas do império: O cinema hollywoodiano e a construção de uma identidade americana para a política da boa vizinhança”; Cadernos PROLAM/USP. Journal of Latin American Studies. ISSN: 1676-6288., Ano 7, N.: 12, vol. 01, jan/jun 2008. 

Acesse aqui

ZAGNI, Rodrigo Medina; “Maus vizinhos? As relações entre Estados Unidos e Argentina na vigência da ‘política da boa vizinhança’”; Anais do XXI Encontro Estadual de História: trabalho, cultura e memória – ANPUH-SP – ISBN: 978-85-98711-09-6. Campinas, 2012.

Acesse aqui

ZAGNI, Rodrigo Medina; “O ensino do Holocausto para uma cultura da tolerância”; "Rumo à Tolerância", Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da Universidade de São Paulo, São Paulo/ SP ISSN: 1984-2554, n. 3, outubro de 2009.

Acesse aqui

Palestra "De um crime sem nome à Convenção da Organização das Nações Unidas"Rodrigo Medina Zagni (UNIFESP); Seminário "Artífices de conceitos: a invenção do conceito de genocídio e sua aplicação às Ciências Sociais", Universidade Federal de São Paulo - Unifesp – Osasco/ SP, 27 de junho de 2017.

Conferência “Genocídio: um conceito sob disputa”, Rodrigo Medina Zagni (UNIFESP), Simpósio Internacional Imperialismo e Guerra: 1914-2014 – 100 anos da Primeira Guerra Mundial, Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (DH-FFLCH-USP), São Paulo/ SP, Novembro de 2014.

Conferência “A solução final da questão judaica e o quadro histórico do Holocausto”, Rodrigo Medina Zagni (DIVERSITAS-USP / Univ. Cruzeiro do Sul), Ciclo de conferências 2012 do módulo de pesquisa “Conflitos armados, massacres e genocídios na era contemporânea”, Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Universidade de São Paulo, DIVERSITAS-USP, São Paulo/ SP, Junho de 2012.

Conferência: “As profundezas do intangível: Relações entre o antissemitismo religioso e o antissemitismo ‘científico’ na justificativa nazista para a Shoah”, Rodrigo Medina Zagni (DIVERSITAS-USP / Univ. Cruzeiro do Sul), Kristallnacht 70 anos – Os 70 anos da “Noite dos Cristais Quebrados”: Pogrom Nazista de 1938, Anfiteatro do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH-USP, São Paulo/ SP, Novembro de 2008.

Curso de extensão: “Panorama histórico do Holocausto”, sob coordenação do Prof. Dr. Samuel Feldberg, com os docentes: Ana Spitkovsky, Ania Cavalcante, Miriam Olsner, Márcio Seligman e Rodrigo Medina Zagni; Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da Universidade de São Paulo – LEI/USP, São Paulo/ SP, Outubro a dezembro de 2008.

Primeiro Vídeo-Chat

 

Segundo Vídeo-Chat

 

Entrevista: “Integração e identidades em conflito: as políticas culturais dos Estados Unidos para a América Latina durante a Segunda Guerra Mundial e a montagem do moderno sistema Panamericano”, Rodrigo Medina Zagni, Programa "Fala, Doutor", UNIVESP TV / TV Cultura, Julho de 2013.

 

Entrevista: “Três razões para a derrota de Hitler”, Rodrigo Medina Zagni, Revista Nova Escola, Fev. 2015.

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Entrevista: “70 anos do Dia D”, Rodrigo Medina Zagni, Revista Giz – Educação & Trabalho, Junho de 2014.

Acesse aqui


Materiais complementares:

Vídeos:

Filme: “A queda”; dir.: Oliver Hirschbiegel, Alemanha, drama, col., 2005.

Link: https://vizer.tv/filme/online/a-queda-as-ltimas-horas-de-hitler

Documentário: “Apocalipse: redescobrindo a Segunda Guerra Mundial”, prod: Daniel Costelle, Isabelle Clarke, Jean-Louis Guillaud, Henri de Turenne, documentário, França, 2009.

Seminário: “Segunda Guerra Mundial: História, cinema e memória”, Wagner Pinheiro (UFRJ), Grupo História Vista pela Janela, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2021.

 


Proposta de atividade:

Para realização da atividade, utilizem como material de apoio o seguinte arquivo:

O ensino do Holocausto para uma cultura da tolerância

 

Na oficina de análise histórica desta aula centraremos os nossos esforços reflexivos sobre o processo histórico do Holocausto, que teve curso, de acordo com parte da historiografia especializada, durante a Segunda Guerra Mundial (há aqueles que, como eu, defendem ter o Holocausto sido iniciado já em novembro de 1938, com a “Noite dos Cristais Quebrados”, mas não há consenso sobre isso).

Esta atividade tratará das possibilidades de abordagem do tema Holocausto no ambiente educacional, apresentando a metodologia proposta pelo Yad Vashen, referência na produção de estratégias e materiais didáticos para a promoção da memória e dos significados sobre a Shoah. O desafio é apresentado na própria filosofia educativa da International School of Holocaust Studies: abordar um dos períodos mais trágicos de nossa História recente não a partir da perspectiva tétrica da morte; mas do voltar a viver depois do Holocausto. Por fim, focado no que há de universal no evento mais trágico da contemporaneidade, sem perder de vista suas particularidades, a ação educativa debruçada sobre esse tema pode efetivamente ser instrumento de construção de uma cultura da paz e da tolerância, que supere os graves antagonismos de sociedades tão violentas e intolerantes como as do tempo presente.

Objetivos: Proporcionar a alunos de diversas áreas contato com os métodos mais recentes para a abordagem do tema Holocausto no ambiente de ensino.

1)    A primeira tarefa consiste em acessar o arquivo, em PowerPoint, do minicurso que ministrei no SEPEP 2009, intitulado “O ensino do Holocausto para uma cultura da tolerância: objetivos educacionais e desafios metodológicos”, a fim de que possam conhecer um pouco sobre a filosofia educativa do Yad Vashen para o ensino do Holocausto, o espaço museal do New Holocaust Museum e todo o complexo erigido para o trabalho da memória histórica que deste marco provém. Os dados são de 2009, ano em que de lá regressei após um período de formação na International School For Holocaust Studies, a fotografias são de minha autoria bem como os demais materiais utilizados neste Forum.

2)    Feito isso, leiam o texto-base utilizado para o minicurso, tendo o arquivo de PowerPoint como acompanhamento para as necessárias ilustrações:

Introdução

Esta atividade tratará das possibilidades de abordagem do tema Holocausto no ambiente educacional, apresentando a metodologia proposta pelo Yad Vashen, referência na produção de estratégias e materiais didáticos para a promoção da memória e dos significados sobre a Shoah.

O desafio é apresentado na própria filosofia educativa da International School of Holocaust Studies: abordar um dos períodos mais trágicos de nossa História recente não a partir da perspectiva tétrica da morte; mas do voltar a viver depois do Holocausto. Focado no que há de universal no evento mais trágico da contemporaneidade, sem perder de vista suas particularidades, a ação educativa debruçada sobre esse tema pode efetivamente ser instrumento de construção de uma cultura da paz e da tolerância, que supere os graves antagonismos de sociedades tão violentas e intolerantes como as do tempo presente.

Objetivos:

Proporcionar a alunos de diversas áreas contato com os métodos mais recentes para a abordagem do tema Holocausto no ambiente de ensino.

Primeira Parte: Os objetivos educativos no ensino do Holocausto

Os significados do Holocausto

O Holocausto é um capítulo decisivo na história do povo judeu e de todos os povos. Consiste na tentativa sistemática de aniquilação do povo judeu como elemento absoluto do antissemitismo racial dos nazistas.

Com base em uma ideologia, utilizando instituições políticas e instrumentos das ciências modernas, alemães assassinaram 6 milhões de judeus.

Pensando em termos universalistas, assassinaram homens, mulheres, velhos e crianças; enquanto nações inteiras, governos de todo o mundo, se calaram, permanecendo indiferentes frente à barbárie.

O Holocausto constitui hoje um desafio compreensivo, põe em cheque os valores da civilização humana e suas crenças fundamentais e pode ser lido como uma advertência, para nós e para as gerações futuras, de que é possível ao homem cometer o inominável.

Didática do ensino da Shoá

HOLOCAUSTO: termo bíblico

  • Sacrifício => conceito ritual, conotação simbólica
  • Tradução do primeiro século da era cristã, do grego

SHOÁ: Velho Testamento

  • Utilizado por Isaías
  • Castigo divino => conceito profético

GENOCÍDIO: Conceito legal do fim da Segunda Guerra (1943-1944)

  • Cunhado pelo juiz polonês LEMKIN
  • Massacres e perseguições sistemáticas de grupos étnicos (ETNOCÍDIO)
  • A ONU adotou essa definição em sua declaração universal dos direitos humanos
  • Tem que haver uma ideologia + uma política + um plano de extermínio

O tema Holocausto é parte identitária do povo judeu; mas interessa a toda a humanidade. Basta ser humano para ter empatia ao humano, é aí que todos os diversos se tornam iguais.

Como foi humanamente possível?

Nazismo = regime totalitário

  • Regime de terror
  • Regime de propaganda
  • Regime de leis restritivas

Junho de 1941: 22 de junho de 1941 – Operação Barbarosa: 287 divisões alemãs; 3 milhões de soldados; EINSATZGRUPPEN - de junho a dezembro de 1941, 600 mil judeus foram mortos.

Setembro de 1941 - GAS VANS (21) SS PRADEL

Dezembro de 1941 - CAMPO DA MORTE CHELMNO: funcionou 15 meses e matou 360 mil judeus, apenas 2 mil sobreviveram. Foi o primeiro campo de morte.

1942 - OPERATION REINHARD: Morticínio perpetrado com uso de gás, não havia crematório; havia valas onde enterravam os corpos. Campos de: BELZEC – março, funcionou os 12 meses e matou 600 mil judeus.

SOBIBOR - de maio até 14/10/1943, matou 250 mil judeus, 300 mil fugiram

TREBLINKA - Julho, funcionou 13 meses, 900 mil judeus morreram

TOTAL ATÉ 1942 – 2 MILHÕES DE MORTOS

1942 - I – AUSCHWITZ: 600 presos políticos

II – BIKERNAU: 1,5 milhão de pessoas morreram, 90% judeus

III – BUNA-MONIWITZ: IG FARBEN (fábrica de óleos); os III complexos formavam um só campo

MAJNECK - 380 mil mortos, 50% judeus

CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO, TRABALHO E MORTE

Utilização de ZYKLON-B

1945 - DEATH MARCHES - 135 mil morreram (de Auschwitz), entre dezembro e janeiro de 1945

TOTAL DE 1942 A 1945 – 4 MILHÕES DE MORTOS

Que escolhas tinham os algozes?

Houve 200 casos de desobediência na SS e Waffen SS, além da Polícia, Gesatapo, etc. Alguns eram transferidos, mas apenas isso.

1500 militares desertaram e se recusaram a enfrentar o inimigo na URSS, tendo sido, por isso, executados.

Questão central: quando uma ordem imoral, para matar civis, é dada, há uma escolha pessoal a ser feita, que pode implicar em crimes de guerra.

Na Alemanha havia 11 milhões de membros da NSDAP e 250 mil da SS.

Segunda parte: “A filosofia educativa do Yad Vashen para o ensino do Holocausto”

O Yad Vashem

O Instituto e Museu Yad Vashem é uma autarquia para a Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto.

Criado em 1953 por ato do Parlamento do Estado de Israel (Kneset).

Objetivo: preservar a memória dos 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas e seus colaboradores, de 1933 até 1945.

  • Luta dos partisans judeus
  • Todos os que lutaram nas insurreições nos guetos
  • Não-judeus que salvaram vidas judias – justos entre as nações

Sistematizando:

Missão:

1)    Relembrar os 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas e seus colaboradores

2)    Preservar o legado das comunidades judaicas destruídas

3)    Homenagear os atos heroicos de rebelião contra os nazis

4)    Homenagear os Justos entre as Nações que arriscaram suas vidas para salvar judeus

Objetivos principais:

1)    Coletar todo material de arquivo significativo

2)    Ensinar sobre o Holocausto

3)    Apoiar ou iniciar estudos e publicações a respeito

Memória do Holocausto: instrumento de resistência para futuras gerações frente a ascensão de grupos de intolerância

Ensino do Holocausto: para que a tragédia não seja esquecida

Combater no presente para que nenhum outro grupo humano tenha furtada de si sua própria humanidade

Problema: quem irá contar a história do Holocausto?

Somos a última geração com contato com os últimos sobreviventes; nossos filhos não terão contato direto com seus relatos.

Eternizar a memória para acesso/ensino das futuras gerações.

Localizado no Har Hazikaron (Colina da Recordação), área ocidental de Jerusalém.

  • Extensão de 100 hectares
  • Monumentos
  • Museu histórico
  • Arquivo central
  • Centro de pesquisa e documentação do Holocausto

Centro de visitantes: oferece uma gama de serviços que têm por objetivo converter uma simples visita em uma experiência profunda e significativa.

Monumentos:

Pilar do Heroísmo: esculpido por Buki Schwartz. Homenagem à resistência judaica durante o Holocausto. Nele está inscrita a frase: “Agora e para sempre, em memória aos que se rebelaram nos campos e nos guetos, que lutaram nos bosques, na resistência e nas fileiras das forças aliadas, que de forma heróica chegaram até Eretz Israel, e que morreram santificando o nome de Deus”

Praça Janusz Korczak: escultor Boris Saktsier. Homenagem ao pedagogo judeu-polonês Dr. Henryk Goldschmidt, conhecido com o psudônimo de Janusz Korczak, que estava a cargo de um orfanato no Gueto de Varsóvia. Apesar de seus esforços para salvar a vida de seus mais de 200 internos, Korczak foi enviado junto das crianças ao campo de Treblinka em 5 de agosto de 1942, onde foram todos mortos.

O mirante dos partisans: o mirante é um tributo aos combatentes judeus que se uniram aos grupos partisans durante o Holocausto. A escultura no centro do mirante se chama “O homem é uma árvore no meio do campo”. Escultor: Zadok Bem-David. A metáfora alude aos esconderijo dos partisans: as florestas.

Memorial dos Deportados: arquiteto Moshe Safdie. Homenagem aos milhões de judeus deportados, transportados como animais em vagões de carga, por partes da Europa até os campos de concentração, trabalho forçado ou extermínio. Trata-se de um vagão original doado ao Yad Vashem pelo governo polonês. Em um muro abaixo está gravado parte do testemunho do sobrevivente: Avraham Krzepicki.

O vale das comunidades: arquitetos Dan Zur e Lipa Yahalom. Se estende por uma superfície de quase um hectare escavado numa maciça rocha natural. Estão inscritos os nomes de mais de 5 mil comunidades judias destruídas ou gravemente afetadas durante o Holocausto, gravadas em seus 107 muros.

Avenida e Jardim dos Justos entre as Nações: homenagem às milhares de pessoas não judias que colocaram em risco suas vidas para salvar judeus durante o Holocausto. Planta-se uma árvore para cada um deles.

Praça do Gueto de Varsóvia: Muro das Recordações - Esculturas em um muro levantado em ladrilhos roxos que simbolizam os muros do gueto de Varsóvia.

Primeira escultura: O levante do Gueto de Varsóvia, destaque para o líder Mordejai Anielewicz.

Segunda escultura: A última marcha, representa a deportação em massa dos judeus até os campos. Escultor: Nathan Rapoport

Memorial da criança: concepção arquitetônica de Moshe Safdie. Construído em uma gruta subterrânea como tributo ao um milhão e meio de crianças judias mortas pelos nazistas. Ao caminhar por uma galeria escura, iluminada por uma constelação de velas (apenas 5, mas refletidas milhares de vezes por um complexo de espelhos), é possível ouvir o nome, idade e lugar de nascimento de todas as crianças, no momento em que uma foto da criança nominada aparece em meio à escuridão.

A Cripta das Recordações: lugar de homenagem aos mortos. No piso estão gravados os nomes de 22 lugares que foram campos de extermínio, concentração e trânsito, escolhidos entre centenas de lugares similares na Europa. Uma chama eterna ilumine permanentemente a lápide abaixo da qual estão as cinzas coletadas nos campos de extermínio, após a solução final.

Novo Museu Histórico do Holocausto: acervo de fotografias, artefatos, documentos para pesquisa, recursos audiovisuais para ações educativas.

Arquivo: mais amplo conjunto de documentos sobre o Holocausto no mundo; 55 milhões de documentos escritos, 100 mil fotografias, filmes, testemunhos de sobreviventes em vídeo, biblioteca mais de 80 mil títulos, livros revistas e documentos raros.

Instituto Internacional de Pesquisa do Holocausto: pesquisas a nível nacional e Internacional, organiza conferências, encontros e publica trabalhos sobre o Holocausto.

Escola Internacional de Estudos sobre o Holocausto: anualmente recebe 100 mil estudantes e educadores, oferecidos em 7 idiomas além do hebraico.

As ferramentas conceituais, acadêmicas e pedagógicas da International School of Holocaust Studies

Dir.: Dorit Novack

Dir. Pedagógica: Shulamit Imber

A única escola do gênero no mundo, criada em 1993, organiza programas educacionais, produz materiais didáticos para a memória do Holocausto.

O ensino do Holocausto é definido e desenvolvido a partir de uma perspectiva multi-disciplinar, multifacetada e multi-direcional, focando em como indivíduos viviam antes, durante e depois do Holocausto, bem como as escolhas com as quais foram forçados a se defrontar durante este período.

Assume a missão de disponibilizar a educadores em todo o mundo

Conhecimento e estratégias para o ensino do Holocausto em diferentes realidades.

Abordagens que envolvem arte, música, literatura, teologia, teatro, História, Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia etc.

Realizando seminários que reúnem alunos e educadores de todas as partes do mundo, os seminaristas têm a oportunidade de experienciar o convívio direto com o diverso, trocar experiências, perceber que há algo que conecta distintas experiências, que impossibilita o homem de estar só frente ao desafio de ensinar sobre os significados do Holocausto, momento extremo de intolerância ao diverso.

Seminários: mais de 100 mil estudantes passam pelo Yad Vashem todo ano; além de visitas de campo à Polônia e Alemanha.

Programas de desenvolvimento curricular: departamento que desenvolve currículos e materiais de estudo para escolas e instituições educacionais; kits para estudos, filmes, livros, mapas, materiais multimídia, CD-ROM’s, ferramentas de internet.

Central Pedagógica: Repositório de informações para ensino e memória do Holocausto; mantém atividades de coleta e suporte didático, educacional e materiais de referência sobre o Holocausto e suas implicações na contemporaneidade. É constantemente atualizado e seus materiais traduzidos para um número sempre maior de idiomas.

O espaço museal como ambiente educativo: o exemplo da metodologia educativa do New Holocaust Museum

9 galerias subterrâneas

Narra a História do Holocausto desde a perspectiva do povo judeu, cronológica e temática.

Se concentra em descrever como viveram e morreram os judeus sob os nazistas e seus colaboradores.

A exposição utiliza objetos originais, testemunhos, fotografias, documentos, arte, meios audiovisuais.

Sala dos nomes: dispõe nomes e dados pessoais de milhões de vítimas escritos em páginas de testemunho. Simbólicas lápides criadas pelos sobreviventes em memória de seus entes queridos.

Novo Museu de Arte do Holocausto: maior coleção do mundo de arte proveniente dos guetos, campos de concentração, esconderijos e outros lugares nos quais era praticamente impossível a criação artística reflete o espírito de vítimas e sobreviventes.

Centro audiovisual: permite o trabalho com materiais audiovisuais, documentários, filmes, testemunhos obtidos pelo Yad Vashem e por outras organizações. Detém toda a coleção de História Visual da Fundação Steven Spilberg para a História Visual do Holocausto.

A “Sala das grandes perguntas”.

Centro de aprendizagem: permite explorar os dilemas históricos, temáticos e morais relacionados ao Holocausto. Computadores permitem o acesso a uma gama enorme de informações provenientes de historiadores renomados, filósofos e estudiosos sobre o Holocausto.

Portal do conhecimento: www.yadvashem.org

Catálogo on-line da Biblioteca do Yad Vashem:

Bibliografia básica: sobre o Holocausto, contendo mais de 200 livros divididos por sub-temas e atualizados periodicamente; entre-linhas: aprofunda temáticas de interesse dos pesquisadores.

Artigos: do “Yad Vashem Studies” e publicações em papers relativos às conferências periódicas promovidas pelo Yad Vashem.

FAQs: sobre a biblioteca.

Terceira parte: “Ensinando a Shoá em realidades multiculturais”

Objetivos universais: combater o racismo e o preconceito

Defesa dos direitos humanos

O desafio de ensinar o Holocausto em realidades multiculturais

Desafio que requer atenções especiais.

Alunos europeus estudam o tema como parte de sua História Nacional.

Alunos de outros países estudam o tema insuficientemente como parte da História Geral.

Para realidades como a de filhos de imigrantes, a questão do Holocausto parece irrelevante.

Dadas as abordagens focadas nas particularidades do evento, não nos sentidos universais que ele guarda e que influi diretamente na percepção que sociedades desenvolvem em relação àqueles que são incorporados, originários de outras sociedades, os imigrantes.

Há uma notável dificuldade em relacionar aspectos históricos do Holocausto com traços intolerantes de nossas sociedades presentes sem cair em anacronismos.

O racismo na Europa, hoje, pode ser discutido sob as luzes do Holocausto?

O tratamento que latino-americanos sofrem na Europa?

Como os nordestinos são tratados em São Paulo?

Imperativos históricos e justificativas pedagógicas dão respaldo a essas relações?

Se o tema do Holocausto pode ser relacionado a essas problemáticas

Como fazê-lo?

Todas as respostas têm relação ao valor humanístico do ensino sobre o Holocausto.

A resposta específica para a validade do ensino sobre o Holocausto para realidades multiculturais é que o ensino sobre o Holocausto deve estar baseado no pressuposto de que o Holocausto é um evento histórico de significados éticos universais.

O Holocausto é um caso extremo; prova do quão destrutivo e assassino o ódio ao outro pode fato chegar.

Isso porque apesar de os judeus terem sido marcados como inimigos primordiais na ideologia nazista, há ainda outras vítimas do Holocausto, cujo direito à existência foi negado pelos nazistas.

Consequentemente, o imperativo educacional do ensino do Holocausto em países cuja população seja diversa em termos étnicos, culturais, religiosos ou nacionais, pode auxiliar a promover uma compreensão profunda sobre a necessidade de construir sociedades abertas, tolerantes, capazes de incluir o diferente em termos de igualdade e capazes de enxergar o quanto a diversidade enriquece.

Além disso, o ensino do Holocausto, reconhecidamente como um capítulo de nossa História que marcou a Europa hoje pode nos levar a identificar a permanência de condutas de intolerância, inclusive políticas e identificar atividades que continuam a exercer influência fomentando o ódio e a intolerância ao diverso.

O desafio metodológico para lidar com o tema em realidades multiculturais distantes da Europa reside no esforço de o professor trazer o problema para perto do “coração” dos alunos, construindo uma empatia com as vítimas durante o processo educativo. Transformar o outro numa possibilidade de si mesmo.

Ensinar o Holocausto por meio da familiarização com histórias reais de um povo, incluindo relatos de sobreviventes e sublinhando tópicos de relatos da vida cotidiana que se assemelhem ao cotidiano dos alunos, podem inclusive despertar o interesse sobre o estudo do tema em maior profundidade.

4)    Leia agora o seguinte poema e reflita demoradamente sobre tudo o que viu até aqui:

ARDE A ALDEIA

Fogo, irmãos, fogo!

Toda nossa Aldeia arde em chamas,

E se desatam ventos iracundos,

Ardem as chamas da destruição,

E nem um rastro resta da Aldeia,

Ela arde em chamas!

E vocês de braços cruzados,

Sem oferecer ajuda,

Sem apagar o vivo fogo,

O fogo da Aldeia.

Mordejai Gebertig (escrito em 1936)

Assassinado (morreu de fome) no Gueto de Cracóvia

5)    Feito isso, leia agora a “lista de perguntas” dispostas na “Sala das grandes perguntas depois do Holocausto”, no Centro de Aprendizado / Centro de Reflexão do Yad Vashen:

  1. Como as pessoas se converteram em assassinos em massa na época do Holocausto?
  2. Teria ocorrido o Holocausto sem Hitler?
  3. Por que os nazistas quiseram aniquilar justamente os judeus?
  4. Como uma nação civilizada se converteu em assassinos em massa?
  5. Quais são os dilemas que atravessou a liderança judaica no Holocausto?
  6. Poderiam os judeus ter fugido de seu destino?
  7. Onde esteve Deus durante o Holocausto?
  8. Por que os aliados não bombardearam Auschwitz?
  9. Como reagiu a população local ao assassinato dos judeus?
  10. No que consiste a singularidade do Holocausto?
  11. Como reagiu a Igreja cristã ao Holocausto?
  12. Que forma tomará a recordação do Holocausto no futuro?
  13. Deve a representação do Holocausto nas artes ter limites intransponíveis?
  14. O que ocorreu com os conceitos de bem e mal depois do Holocausto?
  15. O trauma do Holocausto foi superado pelo mundo?
  16. O antissemitismo é um fenômeno eterno?
  17. As nações do mundo têm responsabilidade pela recordação do Holocausto?

6)    Escolha uma das perguntas (aquela que mais tenha lhe chamado a atenção ou que julgue mais importante) e responda no Fórum.

7)    Leia a resposta elaborada pelo colega anterior e comente-a com suas considerações sobre o tema e a resposta opor ele desenvolvida.

Uma excelente atividade a todos!

 

Bibliografia sugerida:

ABRAHAM, Ben. Holocausto: o massacre de 6 milhões. São Paulo: WG, 1976.

BAUM, Rachel Nahmmacher; “What I have learned to fell: the pedagogical emotions of Holocaust education”; College Literature, 23, 3, Out / 1996.

BERNSTEIN, George; “Poesia y Holocausto: un experiment en la ensenanza”; Maj’shavot – Pensamientos; 32, 1-4, Jan-Dez / 1993.

BROTHERS, Eric; “On teaching the Holocaust and Jewish Resistence”; Jewish Education, 59, 3, Win / 1992.

CROUCH, Margaret Weiss. The Holocaust in Undergraduate Education: a status survey and interpretative synthesis of topics, textbooks, and resources. Delaware: Wilmington College, 1996.

DARSA, Jan; “Education about the Holocaust: a case study in the teaching of genocide”; Genocide: a critical bibliographic review, 2, 1991.

DAVID, Jose. De las cezinas a la vida: nuevos abordajes para transmitir El holocausto. Montevideo: Eppal, 1996.

DAWIDOWICZ, Lucy S.; “How they teach the Holocaust”; Commentary, 90, 6, Dez / 1990.

DONESON, Judith E.; “Teaching the Holocaust with film”; Jewish Quarterly, 38, 1, Set / 1991.

FIRER, Ruth. Agents of the lesson. Tel-Aviv: Hakibbutz Hameuchad, 1989.

FREUDENTHAL, Hans. O sobrevivente: de refugiado a escritor e outras histórias. São Paulo: Edicon, 2008.

GOLDSTEIN, Yossi J.; “Coping educationally with the Holocaust period in Latin America”, in: Holocaust and education; Ed. Yad Vashen, Jerusalem, 1999.

__________; “Dilemas educativos en la enseñanza de La Shoá”, in: Revista Nuestra Memoria; Buenos Aires, n. 18, ago / 2001.

__________; “La transmisión de la Shoá como vivencia multidisciplinaria”, in: Revista Nuestra Memoria; Buenos Aires, n. 27, jun / 2006.

GRAJOWER, Samuel. O dom da coragem: Samuel, o sobrevivente. São Paulo: Scortecci, 2006.

HECKLER, Ellen. Na analysis of the treatment of the Holocaust in selected american and world history textbooks. New Brunswick: Rutgers University, 1994.

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“A história me precede e se antecipa à minha reflexão. Pertenço à história antes de pertencer a mim mesmo”.

RICOEUR, Paul. Interpretação e ideologias. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S.A., 1977, p. 39.

 

 

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