"As milhões de sepulturas espalhadas pela Europa, resultados da tirania do nazismo; a dizimação dos povos indígenas das Américas e da Austrália; o rastro destrutivo do Apartheid, esse crime contra a humanidade - todos esses são como uma pergunta que flutua ao vento e não pára de nos assombrar: por que deixamos que tudo isso acontecesse?"
Nelson Mandela, discurso à Câmara do Parlamento Inglês no ano de 1996
"Aqueles cujos filhos tinham de ir descalços para a escola mataram aqueles que podiam comprar sapatos para os seus".
Sobrevivente tutsi (que não estava em casa quando os assassinos mataram sua mulher e quatro dos cinco filhos) durante o Genocídio de Ruanda, de 1994
DIAMOND, Jared. "Colapso"
"Driven forward by corrupt warlords, imposed upon civilian communities who would bear the lion's share of costs without being granted any real responsability for shaping the course of events, and passively observerd as a kind of perverse entertainment by the more fortunate citizens of the developed world, the Bosnian conflict has been described by numerous commentators as a 'post-modern' war. If the post-modern condition is equated with the abscence of meaning and cynical manipulation, where 'war is won by being spun', the description is apt"
NATION, R. Craig. "War in the Balkans, 1991-2002"
"No momento em que os seres humanos se tornam supérfluos e descartáveis, no momento em que vige a lógica da destruição, em que cruelmente se abole o valor da pessoa humana, torna-se necessária a reconstrução dos direitos humanos, como paradigma ético capaz de restaurar a lógica do razoável. A barbárie do totalitarismo significou a ruptura do paradigma dos direitos humanos, por meio da negação do valor da pessoa humana como valor fonte do direito. Diante dessa ruptura, emerge a necessidade de reconstruir os direitos humanos, como referencial e paradigma ético que aproxime o direito da moral. Nesse cenário, o maior direito passa a ser, adotando a terminologia de Hannah Arendt, o direito a ter direitos, ou seja, o direito a ser sujeito de direitos".
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional (São Paulo: Saraiva, 2012)
"Mulheres com criancinhas ao peito ou nos últimos dias de gravidez eram obrigadas a caminhar à força de chicotada, como gado. (...) Algumas das mulheres ficavam tão cansadas e incapazes de qualquer ação que deixavam cair as crianças à beira da estrada."
Arnold Toynbee. Atrocidades turcas na Armênia
“[GENOCÍDIO] ... la destrucción de una nación o un grupo étnico. Esta nueva palabra, acuñada por el autor para denotar una antigua costumbre en su expresión moderna, surge de la antigua palabra griega genos (raza, tribu) ya de la latina cide (matar), yasí se corresponde, en su formación, a palavras tales como tiranicidio, homicídio, infanticídio, etc. Hablando en términos generales, el genocídio no significa en rigor la destrucción inmediata de una nación, excepto cuando se la lleva a cabo a través del asesinato masivo de todos los membros de un país. Debiera más bien compreenderse como un plan coordenado de diferentes acciones cuyo objetivo es la destrucción de las bases esenciales de la vida de grupos de ciudadanos, con el propósito de aniquilar a los grupos mismos. Los objetivos de un plan semejante serían la desintegración de las bases esenciales de la vida de grupos de ciudadanos, con el propósito de aniquilar a los grupos mismos. Los objetivos de un plan semejante serían la desintegración de las instituciones políticas y sociales, de la cultura, del linguaje, de los sentimentos de patriotismo, de la religión y de la existência económica de grupos nacionales y la destrucción de la seguridade, libertad, salud y dignidad personales e incluso de las vidas de los indivíduos que pertenencen a dichos grupos. El genocídio se dirige contra el grupo nacional como una entidade, y las acciones involucradas se dirigen contra los indivíduos, no en su capacidade de indivíduos, sino como membros del grupo nacional."
LEMKIN, Raphael. El domínio del Eje en la Europa ocupada: Leyes de ocupación – Análisis de la administración gubernamental – Propuestas de reparaciones. Buenos Aires: Prometeo Libros; Caseros: Univ. Nacional de Tres de Febrero, 2009
“Nós, que sobrevivemos aos Campos, não somos verdadeiras testemunhas. Esta é uma idéia incômoda que passei aos poucos a aceitar, ao ler o que outros sobreviventes escreveram – inclusive eu mesmo, quando releio meus textos após alguns anos. Nós, sobreviventes, somos uma minoria não só minúscula, como também anômala. Somos aqueles que, por prevaricação, habilidade ou sorte, jamais tocaram o fundo. Os que tocaram, e que viram a face das Górgonas, não voltaram, ou voltaram sem palavras”.
LEVI, Primo, citado por HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: O breve século XX,1914-1991; São Paulo: Companhia das Letras,1995, p. 11.
“Se a minha teoria da relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão, e a França, que sou cidadão do mundo. Se eu estiver errado, a França sustentará que sou alemão, e a Alemanha garantirá que sou judeu”.
EINSTEIN, Albert; citado in: Frases, Revista História Viva, n° 3, janeiro de 2004, p. 11, col. 2.
“Não podemos reduzir o genocídio ao trágico em qualquer sentido tradicional do termo. Porque na tragédia clássica, o homem é vencido; na Shoá o homem é destruído. Na tragédia, o homem luta contra forças que o primem, luta contra os deuses e sua própria natureza, permitindo assim a purgação do sofrimento, fato que não ocorreu com relação à Shoá. Lá os homens e o Deus da nação do livro se calaram.”
Alexandre Feldmann (Representação da Shoá na literatura hebraica, p. 6)
“É tolice ( . . . ) pensar que a justiça humana pode erradicar os crimes de Auschwitz ou que a imaginação humana pode englobá-los ou transfigurá-los. Algumas perdas não podem ser compensadas, nem no tempo nem na eternidade. Elas podem apenas ser lamentadas.”
Alexandre Feldmann (Representação da Shoá na literatura hebraica, p. 10)
“’Lembrem de Kosovo!’, ‘Lembrem do Domingo Sangrento!’ – qual a diferença entre esses apelos e o nosso clamor, ‘Lembrem dos campos!’?”
Gabriel Josipovici (Repensando a Memória: de mais/de menos, p. 3)
“É proibido matar: todos os assassinos serão punidos, salvo se matarem em grandes quantidades e ao som de trombetas”
Voltaire, Encyclopédie
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“A história me precede e se antecipa à minha reflexão. Pertenço à história antes de pertencer a mim mesmo”.
RICOEUR, Paul. Interpretação e ideologias. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S.A., 1977, p. 39.