O MELHOR MODO DE PRODUZIR ARTE
O jovem aluno de uma escola de arte venerava as pinturas de Cezánne. Ele folheava e estudava todos os livros que conseguia encontrar sobre Cézanne e copiava todas as reproduções de obras de Cézanne que via nos livros.
Em visita a um museu, viu-se pela primeira vez diante de uma verdadeira pintura de Cézanne, a qual ele odiou. O quadro não tinha nada a ver com os Cezánnes que ele tinha estudado nos livros. A partir de então, passou a executar todas as suas pinturas em preto e branco e do tamanho daquelas reproduzidas nos livros. Além disso, acrescentava legendas e explicações nos quadros, da mesma forma que nos livros. Muitas vezes, ele apenas usava palavras.
Um dia, ele se deu conta de que muito poucas pessoas freqüentavam galerias de arte e museus, mas muitas pessoas faziam como ele: folheavam livros e revistas, que recebiam pelo correio.
Moral da história: a dificuldade está em colocar uma pintura dentro de uma caixa de cartas.
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“A história me precede e se antecipa à minha reflexão. Pertenço à história antes de pertencer a mim mesmo”.
RICOEUR, Paul. Interpretação e ideologias. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S.A., 1977, p. 39.